domingo, 29 de abril de 2012

Capítulo 15

O apartamento em que morávamos ficava na Barra da Tijuca, e era de frente para o mar. Em pouco tempo morando ali, eu já conhecia muitos de meu vizinhos. Um deles era o Eduardo Tchau, repórter da Globo, que morava no andar acima do meu. O filho dele se chamava Pedro, tinha 10 anos, e amava vir no meu apartamento brincar comigo, principalmente jogar futebol no video-game.


As coisas estavam andando perfeitamente, algo que estranhei, pois nada de bom que acontecia em minha vida durava por muito tempo. Minha mãe trabalhava de gerente em um restaurante, o que me obrigava a ficar sozinha todas as noites em casa. Mas eu já estava acostumada e conseguia me virar sozinha, pois minha casa era totalmente acessível para mim.


21h30, estou vendo a novela da Globo, quando toca o interfone:


- Alô.


- Oi Bianca, aqui é o Eduardo. - diz Eduardo, o meu vizinho do andar de cima - Eu estou fazendo um jantar aqui em casa, convidei um amigo meu, e gostaria que você viesse jantar conosco, já que está sozinha em casa.


- Ah Eduardo, obrigada, já estou indo então. - digo.


- Ta bom, tchau. - diz ele.


Vou rápido para meu quarto e procuro uma roupa bonita para vestir. Eu já conseguia me vestir, só que era complicado sem a ajuda de minha mãe. Coloquei um shorts e uma regata, pois era verão e no Rio de Janeiro estava muito quente. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e fui para o apartamento de Eduardo.


Chamei o elevador e apertei no número 14. Cheguei no andar e toquei a campanhia. Eduardo me recebeu, estava com um shorts jeans e uma camisa azul, totalmente diferente de como aparece nos jornais. Ele se abaixo e me cumprimentou no rosto.


- Oi Bianca. - disse ele.


- Oi. - eu disse.


Passei por ele e fui em direção à sala. No caminho vi Aline, sua esposa, que também era repórter mas da Rede Bandeirantes, e me cumprimentou.



- Bianca, vem aqui na sala, olha quem está aqui. - eu não tinha a mínima ideia de quem poderia estar ali na sala, mas não esperava muito.



Quando passei pela poltrona e cheguei na sala; o meu coração parou, o meu cérebro congelou e só o que senti foram lágrimas escorrendo dos meus olhos.

domingo, 22 de abril de 2012

Capítulo 14

Meses se passaram, chegara 2012, minha mãe havia comprado um apartamento na Barra da Tijuca. Eu estava amando morar no Rio, mas eis que chega o dia, o meu primeiro dia de aula do ano. Hoje faz um ano desde que conheci Carlos... Ah Carlos, agora ele era para mim um estranho, só as lembranças podiam avisar que um dia ele existiu em minha vida.
Arrumei a minha bolsa, vesti o meu uniforme e fui para a escola. Eu estava nervosa, não sabia como as pessoas iriam me tratar por eu ser diferente. Além de nervosismo, alegria e ansiosidade me tomavam.
Andando pelo corredor da escola, percebo que o olhar das pessoas para mim não é de estranheza nem de pena, mas sim de normalidade. Eu me senti tão bem. Cheguei ao final do corredor e encontrei a minha sala, entrei nela e vi que estava vazia. Fui então até uma mesa e tentei puxar a cadeira para por a minha cadeira de rodas no lugar, mas fracassei, a cadeira era muito pesada e não consegui movê-la. Sinto um toquei no meu ombro, olho para trás; uma menina de cabelos longos e escuros, olhos verdes e eu sorriso enorme em seu rosto:
-Precisa de ajuda? - pergunta ela.
- Sim. - digo sorrindo, então afasta a cadeira e põe minha cadeira no lugar. - obrigada.
- De nada. - diz ela. - qual o seu nome?
- Eu sou Bianca, e você?
- Me chamo Mariana. Você não é daqui, né?
- Não, eu sou de Santa Catarina. - digo a ela.
- Hm, que legal. Porque você veio para cá? - pergunta Mariana.
- Minha mãe foi transferida do trabalho. - digo apenas isso, não estava pronta para falar do que aconteceu com Carlos, do que o meu pai fez... Nós estávamos nos conhecendo, e Mariana parecia um menina legal.
Observo dois meninos lindo vindo em minha direção. Eles passam por mim e cumprimentam Mariana com um beijo no rosto. Logo em seguida ela diz:
- Ah meninos, essa aqui é a Bianca, ela veio de Santa Catarina. - ela aponta para o menino da direita, de cabelos castanhos e olhos bem escuros. - esse é o Lucas. - em seguida aponta para o menino da esquerda, loiro e com cara de surfista. - e esse é o Thomas.
- Oi. - digo a eles. E eles retribuem o meu "oi". Sentam-se perto de mim e Mariana. Pouco tempo depois chega o professor e começa a aula.
Eu estava amando o Rio de Janeiro, eu estava amando a minha escola, e eu estava amando os meus novos amigos; Mariana, Lucas e Thomas. Além disso, eu também estava amando o jeito como as pessoas da escola me tratavam, como uma pessoa normal. Uma das coisas que um deficiente mais quer na vida, é ser tratado como "gente".

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Leitoras,
Eu comunico a vocês que estou abandonando a minha história.
Pelo motivo de eu ter pouco tempo de escrever e de poucas pessoas lerem e comentarem no meu blog. Se você não quer que eu abandone a história, é só comentar. E então continuo com a história para quem quiser ler (e garanto que o final está imperdível).
Então fica assim, se você quer mais, quer a continuação da história, comente aqui. :)

sábado, 17 de março de 2012

Capítulo 13

     - Atenção aos passageiros do vôo 557, Florianópolis para Rio de Janeiro, embarque no Portão 5. - eu e minha mãe pegamos nossas malas e fomos em direção ao Portão 5.
     Entrando no avião, senti um frio na barriga. Por mais que tenha pensado a respeito dessa viagem,  eu ainda não tinha certeza de minha decisão. Mas me sentei no acento e esperei o avião decolar.
     Um mix de lembranças e sentimentos passaram pela minha cabeça enquanto sobrevoávamos  a cidade do Rio de Janeiro até pousar no aeroporto. Nós ainda não tínhamos aonde morar, então ficaríamos hospedadas em um hotel até minha mãe comprar uma casa.
     Chegando no hotel, surpreendi-me com a movimentação, cheia de pessoas com camisas azuis fazendo muito barulho na frente da entrada. Passando pela multidão de pessoas, com minha mãe guiando a minha cadeira, percebi que eram torcedores do Cruzeiro. Meu coração gelou quando entendi o que se passava ali.
   Era a final do Campeonato Brasileiro e o time do Cruzeiro estava no Rio para decidir a final contra o Flamengo, o maior rival do meu time. Eu não acreditava que estava hospedada no mesmo hotel que os jogadores do Cruzeiro, no mesmo hotel que estava hospedado o Montillo...
     Montillo era um jogador argentino de 27 anos, o qual eu era uma grande fã. Por amar futebol, eu era apaixonada por vários jogadores, e um deles era o Montillo.
     Quando chegamos em nosso quarto, fomos logo arrumar as nossas roupas. Olhei no relógio; 13:30.
     - Mãe, já é tarde, vamos almoçar? - disse a minha mãe.
     - Vamos sim filha. - ela disse isso e saímos do quarto em direção ao restaurante.
     Observei uma movimentação no corredor e o meu coração congelou mais uma vez: era o time do Cruzeiro, provavelmente voltando do almoço . Passou o Fábio por mim, passou o Roger, até que avisto Montillo se aproximando e começo a chorar. Eu estava chorando por emoção de meu ídolo estar bem na minha frente.
     Montillo para, olha para mim e pergunta se está tudo bem. Incapaz de responder, comecei a chorar mais alto. Ele ficou preocupado, então minha mãe lhe explicou que eu era uma grande fã dele, estava muito emocionada em vê-lo...
     Ele foi muito querido comigo, me deu um autógrafo, tirou uma foto comigo e saiu correndo em direção ao quarto dele. Eu achei estranho e fiquei triste por ele ter me abandonado assim. Mas logo depois vem ele com uma camisa sua autografada na mão e deu-me ela para mim. Eu fiquei muito feliz e não estava acreditando no que aconteceu.
     - Obrigado pelo carinho, fico feliz por você. - disse ele e me deu um beijo no rosto. - Beijos linda.
     Só o que eu consegui dizer foi:
     - Boa sorte hoje.
     Não sei como eu não desmaiei naquele momento. Logo no meu primeiro dia no Rio e já aconteceu uma coisa dessas. Talvez não tenha sido uma má escolha vir para cá, pensei e esperava estar certa.
     

domingo, 4 de março de 2012

Capítulo 12

-Mãe, cadê o pai?
     - Bom filha... - disse ela se levantando da mesa - Nós precisamos conversar. - acabei o almoço e a segui. Ela foi até à sala e se sentou no sofá, eu sentei ao seu lado.
     - Filha... eu e seu pai... não estávamos nos dando muito bem. Nós brigávamos frequentemente, então seu pai resolveu sair de casa. Ele não falou para onde iria, só pegou as suas coisas e foi embora. Acho que isso quer dizer que nos separamos. - isso foi como se a outra parte do meu coração, a parte que ainda estava de pé, tivesse sido arrancada de mim e agora eu estara com o meu coração completamente destruído. Essa parte que sobrara, era a parte do amor que eu tinha pela minha família, que se partira de vez. - Filha, eu não queria que isso chegasse a esse ponto...
     Não a deixei a terminar, saí quase correndo da sala e fui direto para o meu quarto. Tranquei a porta e desabei em um mar de lágrimas.
     Eu estava muito triste, o meu coração tinha se partido duas vezes: com a traição de Carlos e com o fato de meu pai ter me abandonado. Em meio as lágrimas, eu só conseguia pensar em como a minha vida era horrível, tudo sempre dava errado... Ainda que eu estava em uma cadeira de rodas, isso já bastava para arruinar a vida de qualquer adolescente.
     A minha vida foi de mal à pior. Eu não suportava mais ir para a escola e ver Carlos e Manuela andando abraçados, se beijando, pois agora eles estavam namorando. Toda vez que via os dois juntos, eu sentia como se alguma coisa estivesse esmagando o meu coração. Era uma mágoa muito grande. Eu não aguentava mais ver isso.
     Foi aí que recebi a notícia que mudaria o rumo das coisas, mudaria a minha vida. Voltando da escola, no carro do meu irmão, e indo para casa, recebo uma ligação:
     - Alo, mãe.
     - Oi filha, aonde você está? - pergunta ela.
     - Estou no carro do Lucas, quase chegando em casa. Por que?
     - É que eu tenho uma notícia para dar a vocês. - disse ela com uma voz amimada.
     - Ok, mas é uma notícia boa? - pergunto.
     - Ah, depende. Não sei o que você vai achar... Mas espero que goste. - fiquei preocupada, não parecia ser uma coisa boa, não para mim.
     Chegamos em casa. Minha mãe nos esperava na porta de casa, com um sorriso enorme no rosto. Meu irmão e eu nos sentamos na mesa e nossa mãe começou a falar:
     - Eu fui promovida no meu emprego.
     - Que bom mãe! - disse eu feliz por ela. - Mas era isso que você estava tão empolgada para nos contar?
     - Sim, e também que por causa disso eu vou ter que me mudar para o Rio...
     Rio! Quando ela falou essa palavra veio muitas lembranças em minha memória, boas e ruins. Eu amava a cidade do Rio de Janeiro, tanto porque era a cidade do meu time, Vasco Da Gama. Sempre quis morar no Rio, era a minha cidade dos sonhos, e seis meses atrás antes do acidente, esse era o meu sonho todos os dias.
     Mas também quando ela falou Rio, lembrei- me instantaneamente no porque de eu estar em uma cadeira de rodas atualmente. 
Foi justo no Rio de Janeiro que eu fiquei paraplégica, foi justo já cidade que eu mais amava e sonhava em morar.
     - Minha filha, eu sei que é difícil para você pensar na ideia de morar no Rio, mas me lembro que você amava essa cidade e sempre quis morar lá. Você não precisa ir comigo, se quiser pode ficar aqui morando com o seu irmão. - a minha mente estava tão cheia de coisas, que eu mal conseguia pensar direito. - A escolha é sua. Lembre-se de que se mudando para o Rio, você pode esquecer do Carlos e viver a sua vida normal. - acrescentou ela.
     Viver a minha vida normal? Acho que ela não sabe, mas eu nunca vou conseguir ter uma vida normal daqui e diante. Eu tinha muitas coisas para pensar, então fui para meu quarto e me perdi em pensamentos.



     


     

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Capítulo 11

Vejo Carlos e Manuela se beijando. Sim, aquela Manuela que fora minha amiga e que agora é a minha pior inimiga. O meu coração se espatifou em mil pedaços. Isso não poderia estar acontecendo, disse para mim mesma. Mas estava acontecendo, era real.
     Comecei a chorar. Todos que estavam na Praça de Alimentação olham para mim, principalmente Carlos e Manuela que pararam de se beijar e olharam em minha direção. Vi Carlos vindo até mim, mas sai dali com a minha cadeira de rodas o mais rápido que pude. Abri espaço entre as pessoas e sai do Shopping. Olhei para trás e vi Elisa e Carlos conversando. Logo Elisa vem ao meu lado e me diz:
     - Ele queria falar com você, mas eu disse que era melhor não. Eu vou ligar para o seu irmão, ver se ele está perto daqui, para ele nos levar para a sua casa. Por enquanto respira e tenta ficar calma. - Elisa pegou o celular e ligou para o meu irmão, e eu tentei me aclamar. Mas eu não conseguia, não conseguia controlar os meu sentimentos, não conseguia evitar que lágrimas e mais lágrimas caíssem dos meus olhos.
     O meu irmão chegou, ajudou a me colocar no carro, e não perguntou o que tinha acontecido e nem porque eu estava chorando sem parar. E achei que ele fez certo, porque eu não estava com a mínima vontade de explicar nada a ninguém.
     Chegamos em casa e Elisa foi comigo até meu quarto. Ficamos deitadas na minha cama até de noite, eu chorando, e ela me consolando. Como era bom ter alguém por perto quando acontecem coisas horríveis na sua vida.
     Dias depois Carlos me ligou, eu atendi. Ele falou que ainda me amava e se arrependia muito do que fez. Mas falou também que fez aquilo porque estava cansado de toda hora ter que cuidar de mim, guiar a minha cadeira de rodas, falou que era muito trabalho fazer essas coisas... 
     Eu até o compreendo, mas nada justifica uma pessoa trair a outra. Se não quer mais namorar, beleza, mas primeiro termina com a pessoa, e não fica com uma outra escondido. Eu não seria capaz de trair alguém, por mais que o meu amor tivesse acabado, eu seria fiel.
     Carlos queria continuar namorando comigo, mas depois do que ele fez, não sei se eu conseguira perdoá-lo. Ainda que ele me traiu com a minha maior inimiga, e isso era difícil de aceitar. Existe tantas pessoas para se ficar, e vai justo me trair com a pessoa que mais me odeia nessa vida.
     Eu descobri também que sábado de manhã, depois da festa que fomos, Carlos saiu cedo e foi na casa de Manuela. Ela me disse que os dois transaram, porque como eu ainda não queria perder a minha virgindade, Carlos queria perder a dele.
     Não sei se era verdade ou não, só sei que isso foi como se tivessem atirado uma bala em meu coração. Não perguntou para Carlos se isso era verdade ou não, eu não queria saber a resposta. Eu resolvi ficar solteira. Depois de duas semanas se passarem, o meu coração ainda estava em pedaços.
     Chego em casa depois da escola e percebo minha mãe sentada sozinha na mesa. Sento-me ao seu lado, começo a comer o almoço e estranhando a situação, pergunto:

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Capítulo 10

   
     Abri os olhos, olhei no relógio; 07:30. Saí correndo da cama para me arrumar, pois a aula começava às 8:00. Botei um biquíni, tomei café da manhã e fui toda animada para a praia. 
     Quando cheguei lá, uma homem alto, bonito e de olhos claros nos recebeu, minha mãe e eu. Ele explicou como funcionava o surfe para deficientes e do que eu precisava para pratica-lo. 
     Chegou a hora de entrar no mar, eu estava nervosa, mas muito feliz. Foi maravilhoso. Sentir a ondas do mar baterem no meu corpo... Faz muito tempo que eu não me sentia assim. 
     Depois dessa manhã maravilhosa de domingo, saímos da praia e voltamos para a cidade. Eram quase 17 horas e liguei para Carlos para ver se ele queria ver o jogo do Vasco aqui na minha casa. Nós dois éramos dois vascaínos fanáticos e não perdíamos um jogo do Vasco. E foi por eu ser tão fanático que atualmente estou em uma cadeira de rodas...
     Carlos me disse que não poderia vir na minha casa porque tinha umas coisas importantes para resolver. Então eu assisti ao jogo sozinha, pois meus pais tinham ido no mercado fazerem compras. Minha não se interessava muito por futebol, por isso não fazia questão de vera jogos. Já meu pai gostava bastante de passar um domingo vendo jogo, só que depois do acidente, o futebol passou a ser um dos seus hobbies menos preferidos.
     O Vasco ganhara o jogo contra o seu maior rival, Flamengo, de 3x1, e isso meu deixou feliz. Fui dormir porque amanhã começava mais uma semana.
     Já se passaram 7 messes desde o acidente, e agora eu já conseguia fazer muitas coisas sozinha, porque a maioria das coisas na minha casa eram adaptadas.
     Acordo com o meu despertador marcando 06:30. Arrumo-me e vou para a escola. Encontro com Carlos e lhe conto como tinha sido o dia anterior e a minha primeira aula de surfe. Ele ficou feliz por mim, mas eu pude perceber que alguma coisa estava diferente nele. Eu não sabia o que era, nem imaginava o que poderia ser. 
     - Carlos, você quer ir lá em casa hoje? - digo.
     - Ah, desculpa, mas não vai dar. A minha mãe vai sair hoje de tarde e eu tenho que cuidar da minha irmã pequena. 
     - Ta bom então. - digo sorrindo, mas a sua resposta não me convenceu.
     Chegando em casa, o meu celular toca:
     - Oi!
     - Oi Elisa, o que foi? - pergunto.
     - Vamos no cinema hoje, Bianca?
     - Eu ia estudar com o Carlos hoje, mas ele não pode. Então ta bom, vamos. Passa aqui em casa que o meu irmão leva a gente.
     - Ok, já estou indo aí. -diz Elisa desligando o telefone.
     O meu irmão não ficava muito em casa, de manhã ele cursava faculdade e de tarde sempre estava cheio de trabalhos para fazer. Mas sempre que eu pedisse, ele me levava nos lugares que eu queria. Elisa tinha acabado de chegar na minha casa e fomos para o shopping.
     Enquanto estávamos no carro, eu me lembrei de uma coisa, e perguntei para meu irmão:
     - Lucas, porque mesmo que você e Marcelle terminaram? Vocês eram tão fofos.
     - Ela me traiu. - disse ele com uma voz fria. E não perguntei mais nesse assunto.
     Chegamos no shopping.
     - Que horas é o filme? - pergunto.
     - 15:30. - respondeu Elisa.
     - Então dá tempo de nós pegarmos um milkshake no Bob's. - e fomos para a praça de alimentação.
     Saindo do Bob's com o nosso milkshake, Elisa diz:
     - Bianca, não olha para o lado.
     Eu, curiosa, olho para o lado e ...