quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Capítulo 6

     Carlos pegou na minha cadeira e me levou para fora do ginásio. Parou em frente a uns bancos que ficavam atrás do ginásio, um lugar que não passava muitas pessoas. Ele segurou nas minha pernas, passou a mão pelas minha costa, me tirou da cadeira de rodas e me colocou no banco.
     Se sentou ao meu lado, olhou em meus olhos e disse:
     - Você quer ficar comigo? - louca para dizer sim, olhei para ele e perguntei:
     - Porque você quer ficar comigo? Tantas meninas são apaixonadas por você e escolhe justo eu? Justo eu que estou presa em uma cadeira de rodas? - quando acabei de dizer isso, eu me arrependi. Carlos, o menino mais lindo e legal que conheço na vida, está pedindo para ficar comigo e invés de dizer sim, eu o questiono. O que deu comigo?
     - Não me importo com o fato de você estar em uma cadeira de rodas, a única coisa que importa é o que você tem por dentro. - diz ele interrompendo meus pensamentos. - Então, você aceita?
     - Sim, aceito. - digo me deixando levar por esse sorriso tão lindo em seu rosto. Quando digo isso, nós nos beijamos.
     Eu não tinha ficado com ninguém depois do acidente, a cadeira de rodas parecia que espantava os meninos de perto de mim. Mas Carlos era diferente, nunca me senti tão bem ao lado de alguém como me sinto quando estou perto dele. Eu me sentia bem e segura. Parecia que ele me completava de um jeito que nenhum menino era capaz.
     A única coisa ruim do nosso relacionamento foi o que as pessoas falavam de nós dois juntos. "Ela não merece ele." "Ele é muito bonita para ela!" "Como ele foi gostar dela?". Não importava o que os outros falavam, eu estava bem ao seu lado e isso era o que importava.
     Carlos era muito paciente comigo, sempre me ajudava com a minha cadeira e fazia tudo o que eu precisava. Nós já estávamos "ficando" há três semanas. Estava indo tão bem o nosso relacionamento. De manhã antes de começar a aula ele sempre me esperava no portão de entrada da escola para me levar até a sala, no recreio nós nos sentávamos no nosso mesmo lugar na cantina junto com a Elisa, e quando acabava a aula ele me levava ao portão aonde minha mãe me esperava.
     Certo dia quando chego na escola, observo que ele não está no portão me esperando. Fico preocupada, mas vou sozinha até a sala. Quando chego na sala pergunto à Elisa se ela sabe se Carlos vai faltar hoje, mas ela não sabe de nada. 
     Quando bate o sinal para ir para o recreio, me convenço de vez que ele não veio para a aula. E Elisa e eu vamos em direção ao nosso lugar de sempre na cantina. Olhando para os lados, percebo que no meio do pátio tem um palco. Mas não dou muita importância, porque todo mês eles montam um palco no pátio e uma banda de alunos toca no recreio.
Um multidão se acumula na frente do palco. Eu não consigo ver nada, até que sai uma pessoas abrindo espaço na multidão. Quando eu olho...