sábado, 17 de março de 2012

Capítulo 13

     - Atenção aos passageiros do vôo 557, Florianópolis para Rio de Janeiro, embarque no Portão 5. - eu e minha mãe pegamos nossas malas e fomos em direção ao Portão 5.
     Entrando no avião, senti um frio na barriga. Por mais que tenha pensado a respeito dessa viagem,  eu ainda não tinha certeza de minha decisão. Mas me sentei no acento e esperei o avião decolar.
     Um mix de lembranças e sentimentos passaram pela minha cabeça enquanto sobrevoávamos  a cidade do Rio de Janeiro até pousar no aeroporto. Nós ainda não tínhamos aonde morar, então ficaríamos hospedadas em um hotel até minha mãe comprar uma casa.
     Chegando no hotel, surpreendi-me com a movimentação, cheia de pessoas com camisas azuis fazendo muito barulho na frente da entrada. Passando pela multidão de pessoas, com minha mãe guiando a minha cadeira, percebi que eram torcedores do Cruzeiro. Meu coração gelou quando entendi o que se passava ali.
   Era a final do Campeonato Brasileiro e o time do Cruzeiro estava no Rio para decidir a final contra o Flamengo, o maior rival do meu time. Eu não acreditava que estava hospedada no mesmo hotel que os jogadores do Cruzeiro, no mesmo hotel que estava hospedado o Montillo...
     Montillo era um jogador argentino de 27 anos, o qual eu era uma grande fã. Por amar futebol, eu era apaixonada por vários jogadores, e um deles era o Montillo.
     Quando chegamos em nosso quarto, fomos logo arrumar as nossas roupas. Olhei no relógio; 13:30.
     - Mãe, já é tarde, vamos almoçar? - disse a minha mãe.
     - Vamos sim filha. - ela disse isso e saímos do quarto em direção ao restaurante.
     Observei uma movimentação no corredor e o meu coração congelou mais uma vez: era o time do Cruzeiro, provavelmente voltando do almoço . Passou o Fábio por mim, passou o Roger, até que avisto Montillo se aproximando e começo a chorar. Eu estava chorando por emoção de meu ídolo estar bem na minha frente.
     Montillo para, olha para mim e pergunta se está tudo bem. Incapaz de responder, comecei a chorar mais alto. Ele ficou preocupado, então minha mãe lhe explicou que eu era uma grande fã dele, estava muito emocionada em vê-lo...
     Ele foi muito querido comigo, me deu um autógrafo, tirou uma foto comigo e saiu correndo em direção ao quarto dele. Eu achei estranho e fiquei triste por ele ter me abandonado assim. Mas logo depois vem ele com uma camisa sua autografada na mão e deu-me ela para mim. Eu fiquei muito feliz e não estava acreditando no que aconteceu.
     - Obrigado pelo carinho, fico feliz por você. - disse ele e me deu um beijo no rosto. - Beijos linda.
     Só o que eu consegui dizer foi:
     - Boa sorte hoje.
     Não sei como eu não desmaiei naquele momento. Logo no meu primeiro dia no Rio e já aconteceu uma coisa dessas. Talvez não tenha sido uma má escolha vir para cá, pensei e esperava estar certa.