domingo, 4 de março de 2012

Capítulo 12

-Mãe, cadê o pai?
     - Bom filha... - disse ela se levantando da mesa - Nós precisamos conversar. - acabei o almoço e a segui. Ela foi até à sala e se sentou no sofá, eu sentei ao seu lado.
     - Filha... eu e seu pai... não estávamos nos dando muito bem. Nós brigávamos frequentemente, então seu pai resolveu sair de casa. Ele não falou para onde iria, só pegou as suas coisas e foi embora. Acho que isso quer dizer que nos separamos. - isso foi como se a outra parte do meu coração, a parte que ainda estava de pé, tivesse sido arrancada de mim e agora eu estara com o meu coração completamente destruído. Essa parte que sobrara, era a parte do amor que eu tinha pela minha família, que se partira de vez. - Filha, eu não queria que isso chegasse a esse ponto...
     Não a deixei a terminar, saí quase correndo da sala e fui direto para o meu quarto. Tranquei a porta e desabei em um mar de lágrimas.
     Eu estava muito triste, o meu coração tinha se partido duas vezes: com a traição de Carlos e com o fato de meu pai ter me abandonado. Em meio as lágrimas, eu só conseguia pensar em como a minha vida era horrível, tudo sempre dava errado... Ainda que eu estava em uma cadeira de rodas, isso já bastava para arruinar a vida de qualquer adolescente.
     A minha vida foi de mal à pior. Eu não suportava mais ir para a escola e ver Carlos e Manuela andando abraçados, se beijando, pois agora eles estavam namorando. Toda vez que via os dois juntos, eu sentia como se alguma coisa estivesse esmagando o meu coração. Era uma mágoa muito grande. Eu não aguentava mais ver isso.
     Foi aí que recebi a notícia que mudaria o rumo das coisas, mudaria a minha vida. Voltando da escola, no carro do meu irmão, e indo para casa, recebo uma ligação:
     - Alo, mãe.
     - Oi filha, aonde você está? - pergunta ela.
     - Estou no carro do Lucas, quase chegando em casa. Por que?
     - É que eu tenho uma notícia para dar a vocês. - disse ela com uma voz amimada.
     - Ok, mas é uma notícia boa? - pergunto.
     - Ah, depende. Não sei o que você vai achar... Mas espero que goste. - fiquei preocupada, não parecia ser uma coisa boa, não para mim.
     Chegamos em casa. Minha mãe nos esperava na porta de casa, com um sorriso enorme no rosto. Meu irmão e eu nos sentamos na mesa e nossa mãe começou a falar:
     - Eu fui promovida no meu emprego.
     - Que bom mãe! - disse eu feliz por ela. - Mas era isso que você estava tão empolgada para nos contar?
     - Sim, e também que por causa disso eu vou ter que me mudar para o Rio...
     Rio! Quando ela falou essa palavra veio muitas lembranças em minha memória, boas e ruins. Eu amava a cidade do Rio de Janeiro, tanto porque era a cidade do meu time, Vasco Da Gama. Sempre quis morar no Rio, era a minha cidade dos sonhos, e seis meses atrás antes do acidente, esse era o meu sonho todos os dias.
     Mas também quando ela falou Rio, lembrei- me instantaneamente no porque de eu estar em uma cadeira de rodas atualmente. 
Foi justo no Rio de Janeiro que eu fiquei paraplégica, foi justo já cidade que eu mais amava e sonhava em morar.
     - Minha filha, eu sei que é difícil para você pensar na ideia de morar no Rio, mas me lembro que você amava essa cidade e sempre quis morar lá. Você não precisa ir comigo, se quiser pode ficar aqui morando com o seu irmão. - a minha mente estava tão cheia de coisas, que eu mal conseguia pensar direito. - A escolha é sua. Lembre-se de que se mudando para o Rio, você pode esquecer do Carlos e viver a sua vida normal. - acrescentou ela.
     Viver a minha vida normal? Acho que ela não sabe, mas eu nunca vou conseguir ter uma vida normal daqui e diante. Eu tinha muitas coisas para pensar, então fui para meu quarto e me perdi em pensamentos.



     


     

2 comentários:

  1. Que angustia por ti to quase morrendo pra saber a resposta...
    Continua Minha Diva

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